terça-feira, 28 de outubro de 2014

Templo da Paz


Paiva Netto

Até 8 de novembro, ocorrem as celebrações dos 25 anos do Templo da Boa Vontade (TBV), completados no último dia 21 de outubro.
Quando inaugurei o Templo do Ecumenismo Divino, em 1989, tivemos a primeira audição mundial da “Sinfonia Apocalipse”, que compus, em 1987, com a parceria do saudoso maestro Almeida Prado (1943-2010). Sob a regência de Achille Picchi, ela foi apresentada pela Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro para a multidão que lotava a Praça Alziro Zarur, em frente ao TBV. O coro, nessa melodia, chama, repetidas vezes e com grande Fé: “Vem, Senhor Jesus!”. Trata-se de uma forte invocação à Paz.
O propósito do TBV, portanto, é contribuir para que ela seja uma realidade construída pela confraternização ecumênica de todos. Daí a oportuna sugestão do jornalista Gilberto Amaral de que o batizássemos também de Templo da Paz.
A alguém que possa argumentar que defendemos uma utopia, recordo comentário que fiz, em 1981, durante uma entrevista ao jornalista italiano radicado no Brasil Paulo Parisi Rappoccio: É justo considerarmos: tudo com Boa Vontade verdadeira tem saída. De fato, os problemas nacionais e mundiais são imensos, mas por que ir por aí estigmatizando-os como situação irremediável? Decisivo realmente, e no mais esperançoso sentido, só a Vida Eterna. Este é um planeta de possibilidades para todos, inclusive no campo econômico; uns alcançam mais, outros menos. Até quando será assim? Depende de nós!
Ouçamos a defesa de Rui Barbosa (1849-1923), diplomata, político e jurista brasileiro notável, que afirmou: “— Não se evita a guerra preparando a guerra. Não se obtém a paz senão preparando a paz. Si vis pacem, para pacem”. Essa avançada máxima consta da Conferência “Os Conceitos Modernos de Direito Internacional”, conhecida como “O dever dos neutros”, que pronunciou, em 14 de julho de 1916, na Faculdade de Direito de Buenos Aires, Argentina.
Quem quer que se pense libertar das manipulações do avidíssimo mercado bélico deve conceber o espírito que inspirou o corajoso Águia de Haia, quando disse: “Se queres a Paz, prepara-te para a Paz”. É evidente que é necessária a derrubada da antiga bastilha: “Si vis pacem, para bellum” (Se queres a paz, prepara-te para a guerra), erguida desde os tempos cruéis do Império Romano. Ave, Rui!
E aqui o testemunho da bela atriz Paolla Oliveira, que recentemente esteve no TBV e se expressou sobre a Paz do local: “Isso é vida, onde todas as pessoas podem se reunir com o seu credo, com a sua fé, e seguir em frente, ficarem mais tranquilas de mente e de espírito. Ele é maravilhoso, calmo, é tudo que se espera de um lugar com arte, vida, tranquilidade. É especial mesmo. Quem estiver em Brasília, recomendo conhecer”.


José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

artigo



Não existe futuro sem moços


Paiva Netto

Na Legião da Boa Vontade (LBV), não alimentamos clima para conflito de gerações. Pelo contrário: aliamos ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços. E o povo ganha com isso. 
Estamos constantemente recordando aos jovens que um dia também terão cabelos brancos. Da mesma forma fraternalmente falamos aos idosos, lembrando-lhes de que já foram moços... É muito importante não nos esquecermos disso... 
Os jovens amanhã envelhecerão também... Se quiserem manter o mesmo espírito de esperança, a mesma feição juvenil, apesar das naturais rugas do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza eterna da simpatia. Não há melhor cosmético do que a consciência tranquila.
Pode parecer um paradoxo. Todavia, o país que desampara os seus idosos não crê no futuro da sua mocidade. Que é a nação, além de seus componentes? Havendo futuro, os moços envelhecerão. Viverão mais. Irão aposentar-se... Uma convicção arraigada do gozo imediato das coisas é a demonstração da descrença no amanhã. E os que podem pensam: “Vamos viver agora, antes que tudo acabe!”. E os que conseguirem resistir tanto que se danem... Não há exagero algum aqui. É o que se vê. Tem-se a impressão de que muitos daqueles que desfrutam do vigor da juventude ignoram a possibilidade de até mesmo alcançar a decrepitude. Mas poderão chegar lá... Não existe futuro sem moços. Também não o há sem velhos. Jovem é aquele que mantém o ideal no Bem.


José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ARTIGO


Em busca do Criador
Paiva Netto

Habitantes do Universo — seja ele físico ou espiritual, com suas numerosas possibilidades de atuação da criatura —, somos naturalmente receptivos à cultura do Ecumenismo dos Corações, instrumento capaz de nos iluminar o raciocínio e a Alma na incessante busca do Criador.
E não se trata de um roteiro fácil. O religioso que exerce dignamente seu ministério sofre muito; o cientista de vanguarda em geral padece da incompreensão de seus pares; o político honesto é constantemente pressionado pela corrupção que envergonha o planeta; o filósofo de visão avançada se angustia com o pensamento ainda limitado de sua geração; e assim por diante.

O ALERTAMENTO DE SCHILLER E A FUNÇÃO DA DOR
Em “Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade”, livro que estou para lançar, em 8 de novembro, nos 25 anos do TBV, teço longa dissertação sobre a Dor, pois infelizmente este tem sido o roteiro interpretado pela Humanidade. No entanto, faço-o inspirado no extraordinário exemplo de Jesus, o Cristo Ecumênico; portanto, não para a derrota nossa no desânimo, mas visando à vitória, visto que os tenho capacitado para pegar até do tormento e, com ele, alavancar a coragem. Meu intuito, assim, é mostrar a Vocês que a Dor nos fortalece e nos instrui a vencer todos os obstáculos. (...) Suplantar a adversidade foi uma das maiores lições que Jesus nos legou. E o Pai Celestial deu-Lhe a Sua bênção, fazendo-O herdeiro do Poder e da Autoridade Dele. Jesus, o Pedagogo Sublime, misericordiosamente oferta essa Magna Autoridade — em diversos graus, na escala da experiência celeste — aos que já tenham compreendido que o governo da Terra tem início no Plano da Verdade. Estejamos, pois, atentos, porque vivemos, em intensidade vertiginosa — bem que a maioria não perceba—, a transição apocalíptica anunciada desde os Profetas do Antigo Testamento, entre eles Daniel, Isaías, Ezequiel e Zacarias.
Sobre essa antevista era de transformação planetária, existem os que nela com firmeza confiam, bem como os que não lhe concedem o mínimo crédito. Ocorre, todavia, que, na contemporaneidade, pensadores e cientistas de renome têm vivenciado preocupações que antes não lhes abalavam o labor, quais sejam, o aquecimento global, com a aceleração das mudanças climáticas, além do perigo da guerra pela água, pela futura falta de combustível e pelo espaço vital, tendo em vista o grande crescimento da população do planeta.
Notamos que algo começa a sacudir os mais renitentes negadores daquilo que os de visão espiritual aclarada percebem com vasta antecedência, como, por exemplo, a existência do Mundo ainda Invisível, a Morada dos Espíritos.
Friedrich von Schiller (1759-1805), dramaturgo, poeta, filósofo e historiador alemão, resumiu o quadro atual com as seguintes palavras: “— Se do céu não desce a chispa que inflama, se não se aviva o Espírito, os corações languescem”.
A função pedagógica divina da Dor não é a de nos destruir, porém a de nos elevar no caminho da salvação. Vejam por que o Apocalipse foi escrito. E, já lhes disse, ele é uma carta de Amor de Deus a nós, Seus filhos: “ Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro de Deus, para que lhes assista o direito à Árvore da Vida Eterna e para entrarem na cidade [Jerusalém Celestial] pelas portas” (Apocalipse, 22:14).
Novamente destaco: “Aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro de Deus”, isto é, em suma, aprender e vivenciar a Santa Doutrina do Cristo, que fala ao coração e clareia o cérebro e pela qual Ele entregou Sua vida. Assim, corrigiremos nossos equívocos e teremos nossa Alma limpa por esse Divino Conhecimento.

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

LBV

Rio de Janeiro, RJ – No Centro Educacional José de Paiva Netto, mantido pela Legião da Boa Vontade (LBV) em Del Castilho, zona norte da capital fluminense, as atividades físicas e esportivas são importantes ferramentas que auxiliam na educação de crianças e adolescentes atendidos pela Instituição. 





As aulas, que acontecem todos os dias da semana, contemplam as turmas da edução infantl ao ensino fundamental. Dessa forma, profissionais capacitados desenvolvem com a garotada exercícios físicos que, além de movimentar o corpo, exercitam a mente e desenvolvem valores como a União e o Respeito.
Além das aulas de Educação Física, nas quais são trabalhadas atividades que contribuem para o combate ao sedentarismo, meninas e meninos também dispõem de aulas de dança e diversas modalidades esportivas que promovem a saúde e o bem-estar da criançada.
Na quadra poliesportiva do Centro Educacional da Legião da Boa Vontade, os educandos praticam futsal, vôlei e basquete, além do judô, a capoeira e a dança, desenvolvidos em ambientes apropriados. Antes de cada exercício físico é feito um alongamento que prepara o corpo para a prática, respeitando as capacidades, as habilidades motoras e a faixa etária das crianças.

“O verdadeiro objetivo do esporte é respeitar o adversário, assim trabalhamos a questão da competitividade, o companheirismo, um torcendo pelo outro. É o que passamos para as crianças. O que eles aprendem com o esporte vão levar para a vida”, ressaltou professor Sérgio Euzébio, coordenador de esportes da LBV.
Além de estimular o corpo, os exercícios físicos ajudam na socialização das crianças. “A dança ajuda a diminuir o estresse e auxilia no desenvolvimento, proporcionando uma maior interação entre elas. Durante as aulas, damos liberdade para os alunos criarem as coreografias. Às vezes, as crianças chegam agitadas e, por meio dos exercícios trabalhados, elas liberam toda a energia”, explicou o professor de dança Gustavo 
Affonso.Durante as aulas de artes marciais, as atividades são trabalhadas de forma pedagógica e a criançada aprende valores como respeito, companheirismo e o trabalho em equipe. “O judô pedagógico é totalmente diferente do judô competitivo. Aqui, eles aprendem toda a parte disciplinar, lúdica, bem como a coordenação motora. Todo o benefício mental que esse esporte proporciona eles aprendem nessa aula”, comentou o técnico de judô Vinícius Azevedo.
E cada modalidade tem sua função. “Eles aprendem a trabalhar em união um com o outro, que um depende do outro e que se não tiver o respeito entre eles e o trabalho em equipe não dá para praticar esse esporte”, finalizou o técnico de judô
.Para a criançada, os valores aprendidos com a prática esportiva beneficiam todo o corpo. “Eu gosto de todas as atividades aqui da Escola. No esporte a gente aprende a nos comportar diante dos desafios, não só nas competições, mas também no dia a dia.  A atividade física faz a gente crescer, melhora a nossa saúde e é muito legal”, comentou o aluno Nathan Almeida, de 11 anos.
Com apenas 12 anos de idade, Adrielly já reconhece os benefícios que a atividade física proporciona à saúde. “Eu gosto muito das aulas de Educação Física. Além da ginástica e da dança, eu faço judô que ajuda no nosso crescimento, é legal e é ótimo para a gente. O judô não é apenas uma luta, mas sim um esporte que traz benefícios a nossa saúde”, disse.
No Rio de Janeiro, RJ, o Centro Educacional Av. Dom Hélder Câmara, 3.214 — Del Castilho. Para outras informações, ligue: (21) 2241-2020.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

ARTIGO



Melhor idade. Por que não?
Paiva Netto

Celebramos em 1º de outubro o Dia Internacional da Terceira Idade. Aliás, a data deve mesmo ser considerada como a da melhor idade. Naturalmente, que fortalecida por bons hábitos durante os anos.
Em Eclesiastes, 12:1, 6 e 7, temos esta advertência: “Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os dias difíceis, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento. Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço, e o pó volte à terra, como o era, e o Espírito volte a Deus, que o deu”.
O rei Salomão ilustra, de forma pedagógica, a eternidade da Vida, incentivando o bom cuidado com o corpo material, pois virá o dia em que a Alma retornará ao mundo extrafísico e levará com ela o resultado de suas práticas na Terra.
  Durante entrevista ao sociólogo e professor Daniel Guimarães, no programa “Sociedade Solidária”, da Boa Vontade TV, o dr. Fernando Bignardi, coordenador do Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), falou-nos sobre o aumento da expectativa de vida no mundo, fato que no Brasil ocorre de forma acelerada: “O fenômeno de ganhar 20 ou, em algumas situações, até 30 anos de vida, na Europa aconteceu ao longo de 100 anos; no Brasil, em menos de 30. O que significa que a nossa sociedade, em todos os seus níveis, não teve a oportunidade de se preparar para isso. Do  ponto de vista prático, costumo dizer que a Humanidade precisou de vários séculos para aprender a manter bebês vivos. Quando eu era aluno de Medicina, nos anos 1970, o grande problema era a mortalidade infantil. Hoje não é mais um problema. Longe disso”.
Segundo ele, o desafio está em conscientizar todos para o período da idade avançada, quando se fica mais suscetível a várias doenças. Se agirmos antes, essa vulnerabilidade pode ser menor.
Em uma pesquisa feita no referido Centro de Estudos, ao longo dos últimos 20 anos, o especialista relatou que eles acompanharam 1.700 idosos recenseados na Vila Clementino, em São Paulo. A principal constatação foi que envelhece bem o idoso que é capaz de manter a capacidade funcional. Isso não ocorre quando surgem doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes. Contudo, a pessoa pode se prevenir, primeiro revendo seu estilo de vida. E o médico esclareceu: “Um modelo exclusivamente mecânico ou biológico não era suficiente para estudar o envelhecimento. A gente precisou adotar um modelo quântico que reconhece o ser humano na sua multidimensionalidade, tanto física quanto metabólica, vital, mental e supramental ou espiritual”.
Agora a conclusão: “Percebemos, especialmente na maturidade, como é importante a atividade espiritual do idoso, dar a ele oportunidade de se reconectar com essa esfera espiritual! Aliás, um recurso bastante estudado e reconhecido pela neurociência é o da meditação”.
O dr. Fernando Bignardi ainda comentou: “A gente chegou a fazer ensaios clínicos utilizando a meditação como única intervenção diferente e observamos que o idoso que medita é capaz de deixar de ter doenças crônicas. E isso não acontece de maneira mágica, mas à medida que uma série de eventos cascateiam desde a dimensão espiritual. Então, a esfera mental sofre uma transformação. A pessoa muda de atitude mental, de postura física; muda a qualidade do sono, da respiração, as escolhas alimentares espontaneamente mudam. Foi um achado que causou grande surpresa”.
Eis aí. Por sinal, tenho lhes dito que, quando se ora, a Alma respira, fertilizando a existência humana. Fazer prece (sinônimo de meditar) é essencial para desanuviar o horizonte do coração.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.