domingo, 17 de janeiro de 2016

artigo



Seu Bruno e a Pedagogia do Afeto

Paiva Netto


Um dos mais significativos sentimentos que nós, seres humanos, podemos expressar é a gratidão. Sempre que me indagam sobre o início de minha vida intelectual, cito a presença e o incentivo de meu saudoso pai, Bruno Simões de Paiva (1911-2000), como fatores principais para o gosto que adquiri pela leitura e pelo conhecimento.
São marcantes na minha memória os períodos em que ele, quando podia chegar mais cedo em casa, abria os livros de história, literatura etc. e os lia para Lícia Margarida (1942-2010), minha irmã, e para mim. Além do seu emprego, ainda realizava vários outros serviços. Mas se esforçava para nos proporcionar esses momentos de estudo no lar.
Quão prazeroso era dialogar com ele, homem de cultura e simplicidade invejáveis! Com o deleite de um professor zeloso, não somente fazia a leitura como também procurava, numa linguagem apropriada para as crianças, deixar o bom ensinamento. Um deles me ficou indelevelmente registrado na mente. Assim resumo algumas horas de bate-papo conosco: “José, as minorias atrevidas ou bem estruturadas é que geralmente agitam ou até mesmo comandam. Exemplo: um número menor de egípcios bem articulados e em seu próprio território dominou uma quantidade muito maior de hebreus, sem contar mulheres, crianças e animais, porque era como se fazia o censo de certas populações na Antiguidade. (...) Até que surgiu Moisés, o libertador deles”.
Essa é a maneira de que me lembro das palavras de meu velho, pois ouvi essas considerações quando tinha menos de 10 anos de idade, à noite. Naquele tempo, década de 1940, às 22 horas, para uma criança, quase que correspondia à madrugada nos dias de hoje.

 

Formação Cultural

Meu pai possuía um processo bem pessoal de educar. Os livros que me presenteava sempre acompanharam o meu crescimento. Explico: os volumes dispostos na estante lá de casa eram separados por assuntos correspondentes à minha idade e estatura. Desse modo, só alcançava o tomo pertinente aos temas apropriados para o meu desenvolvimento intelectual.
Ainda na minha meninice, a primeira notícia pela qual tive conhecimento da Bíblia Sagrada, em particular a Boa Nova de Jesus, veio por intermédio também de meu pai. Ele me falou sobre uma comovente história contada ao povo pelo Cristo de Deus: a Parábola do Bom Samaritano. E a leu para mim. A passagem encontra-se no Evangelho, segundo Lucas, 10:25 a 37.

 

Valores que herdamos

Ao longo desse tempo à frente das ações solidárias da Legião da Boa Vontade, tendo delineado a linha educacional da Instituição, ao estabelecer, entre outras diretrizes, a Pedagogia do Afeto para o educando até os 10 anos, percebo o quanto fui influenciado pela educação que recebi de seu Bruno.
A tenra idade é argila esperando ser moldada pelo cinzel do comprometimento com as futuras gerações, talhando o caráter e a personalidade de uma liderança nova, firmada nos preceitos universalistas do Cristo Ecumênico. Sim, do Divino Estadista! Aquele que está acima de contendas religiosas, pois Seus ensinamentos, como Educador Celeste, permeiam as mais diversas culturas e tradições que, pelos milênios, nortearam a evolução do ser humano na face da Terra.
Esse meu testemunho é prova cabal do imprescindível estímulo que os pais ou responsáveis devem, por amor, ofertar aos filhos. Valores como respeito, solidariedade, postura ecumênica perante as diferenças, espiritualidade são retirados inicialmente do exemplo dos pais e têm sua extensão na habilidade dos educadores em desenvolver, além dos potenciais do intelecto, as virtudes de seus alunos.
Dedico, à reflexão de todos, esta passagem contida no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, em Provérbios, 22:6: “Educa a criança no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele”.
Grato, seu Bruno.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Release



O esporte inspira a vitória, e a educação ensina a vencer.
Iniciativas da LBV contribuem para a proteção de crianças e adolescentes


Mesmo tendo alcançado vários dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio — estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro de 2000 —, o Brasil ainda tem grandes desafios sociais a serem vencidos. Um deles é o combate ao trabalho infantil, que afeta mais de 3 milhões e 300 mil meninas e meninos no país.

Visando defender os direitos de crianças e de adolescentes, afastá-los dos inúmeros perigos das ruas e do isolamento, bem como protegê-los de toda forma de exploração, a Legião da Boa Vontade (LBV) promove diariamente programas socioeducacionais em favor desse público. Por meio da realização de atividades esportivas, culturais, artísticas e educativas, além do oferecimento de alimentação balanceada, de ambientes seguros em suas unidades de atendimento e de acompanhamento de profissionais de diversas áreas, a Instituição possibilita que a garotada consiga superar dificuldades e vislumbrar um futuro com melhores oportunidades para si e para a própria família.

A Legião da Boa Vontade mantém outras ações permanentes, entre as quais a campanha Criança Nota 10 — Proteger a infância é acreditar no futuro!. Por intermédio dessa iniciativa, a LBV beneficia com kits de material pedagógico e conjuntos completos de uniformes crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda em todo o Brasil. A entrega das doações ocorre no início do ano. Em 2016, 15 mil kits chegarão às mãos de estudantes das escolas da LBV, de meninas e meninos que participam dos programas nos Centros Comunitários de Assistência Social da Instituição e de atendidos por organizações parceiras dela.

O esporte inspira a vitória, e a educação ensina a vencer. Juntos, transformam vidas e ajudam a construir uma sociedade justa, solidária e, portanto, melhor. Você pode contribuir para a campanha Criança Nota 10 — Proteger a infância é acreditar no futuro! acessando o site www.lbv.org/nota10 ou ligando para 0800 055 50 99.

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quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

ARTIGO



Lutar incansavelmente pela Paz

Paiva Netto


O fantasma das guerras, grandes ou pequenas, de diferentes formas, ainda nos ronda. Então, é igualmente hora de falar, no raiar de mais um ano, na Paz e de lutar por ela, até que seja alcançada, incluída a paz no trânsito, em que os desastres vitimam tanta gente. Um dos perigos que a Humanidade atravessa é a vulgarização do sofrimento. De tanto assistir a ele pela necessária mídia, parcela dos povos pode passar a tê-lo como coisa que não possa ser mudada. Eis o assassínio da tranquilidade entre pessoas e nações quando se deixam arrastar pelo “irremediável”. Ora, tudo é possível melhorar ou corrigir nesta vida, como no exemplo de Bogotá, na redução da criminalidade.
Se, pelo massacre das notícias trágicas, as famílias se deixarem tomar pelo absurdo, este irá tomando conta de suas existências. (...)

Sociedade Solidária e Altruística
Debate-se em toda a parte a brutalidade infrene e fica-se cada vez mais perplexo por não se achar uma eficiente saída, apesar de tantas teses brilhantes. É que a resposta não está longe, e sim perto de nós: Deus, que não é uma ilusão. Inspirado em Jesus, o Apóstolo Paulo dizia: “Vós sois o Templo do Deus Vivo” (Segunda Epístola aos Coríntios, 6:16)João Evangelista, por sua vez, asseverou que “Deus é Amor” (Primeira Epístola de João, 4:8). Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, pelos milênios, vem pacientemente ensinando e esperando que, por fim, aprendamos a viver em comunidade. Trata-se da perspectiva nascida do Seu coração, que é solidária e altruística, firmada no Seu Mandamento Novo: “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho, segundo João, 13:34), a Lei da Solidariedade Espiritual e Humana, sem o que jamais este planeta conhecerá a justiça social verdadeira.
Num futuro que nós, civis e militares de bom senso, desejamos próximo, não mais se firmará a Paz sob as esteiras rolantes de tanques ou ao troar de canhões; sobre pilhas de cadáveres ou multidões de viúvas e órfãos; nem mesmo sobre grandiosas realizações de progresso material sem Deus. Isto é, sem o correspondente avanço espiritual, moral e ético. A esperança de um futuro melhor é chama que não se apaga no coração perseverante no Bem.

Outro paradigma
Deve haver um paradigma para a Paz. Qual? Os governantes do mundo? Todavia, na era contemporânea, enquanto se põem a discuti-la, seus países progressivamente se armam. Tem sido assim a história da “civilização”... “Quousque tandem, Catilina?” (Até quando, Catilina?). Rui Barbosa (1849-1923), o corajoso Águia de Haia, no entanto, inspirado pela Sabedoria Divina, nos adverte“Se queres a Paz, prepara-te para a Paz”.
Jesus, o Cristo Ecumênico, o Estadista Celeste, nos apresentou um excelente caminho: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus, que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie, porque estarei convosco, todos os dias, até o fim dos tempos” (Boa Nova, consoante João, 14:27). Que tal experimentá-lo?

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

LBV


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ARTIGO



Grão de mostarda e tempos melhores

Paiva Netto

Atravessamos um momento de transformação no mundo, radical e turbulento sob muitos aspectos, o que exige de nós capacidade superior no enfrentamento de obstáculos de todos os matizes. Assim comecei mais uma palestra no rádio. E prossegui: Não me refiro a uma correria neurótica — porque há gente que corre, corre, corre sem chegar a ponto algum. Falo aqui de uma preparação sistemática e corajosa em prol de tempos melhores, sempre desejados, mas até agora não devidamente conseguidos pela Humanidade (...). O que lhe anda talvez faltando é perspicácia e perseverança no tocante a certos ensinamentos básicos que Jesus, o Profeta Divino, farta e esperançosamente, nos transmite. Bom exemplo encontramos na Parábola do Grão de Mostarda, em que um homem planta pequena semente e, apesar de miúda, ela desabrocha, cresce e se torna frondosa árvore, de forma que as aves, dela se aproximando, formam morada nos seus ramos (Evangelho, segundo Mateus, 13:31 e 32).
O semeador teve, digamos, uma visão profética, porque possuía conhecimento acerca do extraordinário valor contido na sementinha e seu consequente futuro. É essa uma das lições que Jesus, nessa parábola, nos quer transmitir. O contrário seria deixar o diminuto grão largado no caminho, e lá abandoná-lo sem germinar. Assim, quando não temos ciência da força que traz a Palavra Divina, arriscamo-nos a chutar a semente e desprezar a grande fortuna que Deus nos oferece, prejudicando o porvir. Ora, o que hoje aprendemos senão que aquele que possui informação e comunicação é dono do mundo?...
Vê-se logo que o chutador de semente anda desinformado. Imaginemos o que ocorre com quem desconhece Evangelho e Apocalipse, de preferência em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento de Cristo Rei. Quantas oportunidades perde! Não considerar isso é andar mal avisado.
Todos os empreendimentos espirituais e humanos, dos modestos aos mais destacados, foram antes pequeninos, assim como um novo ano que se inicia. A origem pode ter sido um diálogo familiar, uma reunião de trabalho, uma intuição... E, se a ideia nova é cultivada segundo os princípios humanitários evangélicos e apocalípticos, os benefícios para a coletividade hão de ser incontáveis.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com