sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Artigo
A grande família Humanidade
Paiva Netto
Embora a realidade contemporânea
ofereça-nos panorama de violência doméstica; de número cada vez maior de jovens
envolvendo-se com drogas; da própria descoberta da sexualidade, pelas crianças,
pulando etapas importantes na sua formação psicológica; na contramão desses
tristes fatos, pesquisas também relatam que até mesmo “os mais modernos”, na
hora em que a porca torce o rabo, vão
procurar apoio na casa da mamãe ou da vovó...
Respeito a opinião dos que apontam como
certa a falência da família. Todavia, questiono o raciocínio de afirmarem que o
seu valor, no fortalecimento da sociedade, chegou ao fim. Ora, ela não existe
sem a família. E nenhuma transformação na Terra tem sido pacífica.
No 9o Congresso da
Mocidade Legionária da LBV, 1984, declarei que — num mundo constantemente
ameaçado pela selvageria, convém lembrar que, pela queda das barreiras de
espaço e tempo, quanto mais anunciam seu fim, a família cresce e passa a
chamar-se Humanidade. Não estamos, no século da bomba de hidrogênio, a coberto
de coisa alguma, mesmo que aconteça aos antípodas... Num período de profundas
mutações, todos precisam de auxílio. O “bloco do eu sozinho” deixará de ter
vez, apesar da globalização e das muitas análises contraditórias feitas sobre
ela. Não são apenas os videntes de fim de ano que erram... Os analistas dos
fatos sociais, políticos e econômicos também. A carência crescente de bom senso
no mundo forçará o ser humano, por intensa necessidade, a recompor a família,
família universal, a Humanidade, ainda que tendo algumas ovelhas transviadas.…
E
a família? Sobrevive!
A família está acabando? Não. Está
evoluindo, como é natural. E dentro de toda a confusão desta passagem de
milênio, por mais incrível que pareça aos apressados, ela está, embora aos
trancos e barrancos, à procura de Algo, que um dia descobrirá ser Deus — com um
nome ou nome algum —, que é Amor, sem o qual o indivíduo não pode subsistir
dignamente, porquanto, querendo ou não, faz parte Dele. Anotou Paulo Apóstolo, na Segunda Epístola aos
Coríntios, 6:16: “Vós sois o Templo do
Deus vivo”.
Sem
traulitada no crânio
E continuei: Nada sobrevive sem Amor. Um
dia, chegaremos a essa feliz compreensão. A mudança dos costumes é um
procedimento mais antigo do que muita gente pensa... Está causando espécie,
porque a sua rapidez aumentou bastante e a mídia aí está em plena ação. Vejam
bem como o processo é remoto: quando um primata qualquer resolveu não mais usar
traulitada no crânio para seduzir a sua escolhida, certamente alguns daquele
tempo temeram “tamanho absurdo”: “Isto é
um perigo, onde é que está o respeito? Dessa maneira a família está fadada ao
mais triste fim”.
E não foi nada disso... O que ocorria era
efeito da evolução. Afinal, mulher não é caça. A família só acabaria caso não
houvesse Amor. E este não termina jamais, visto que está para o Espírito como o
oxigênio para o corpo.
A
consideração de Fernanda
Gosto de citar o exemplo da grande atriz Fernanda Montenegro, quando, num
programa de TV, perguntaram-lhe: “Você
acha que o teatro está acabando?” Com finura respondeu: “O teatro é como a família; desde pequena
ouço falar que ela vai acabar, e ela continua aí”.
Certíssima, a querida Fernanda: a família
evolui, porém não morrerá nunca. O Amor, se autêntico, sempre vence! Pode
demorar, mas triunfa, mesmo porque temos várias existências que se vão
complementando até a nossa integração total em Deus, que é — como com
insistência repetimos — justamente Amor (Primeira Epístola de João, 4:8). Numa época de tanta azedia,
é vital que mais se acredite nele. Em períodos de intensas reformas, geralmente
se peca pelo exagero. Aí então é que o Amor se torna imprescindível. Quando há
seca, suplicamos chuva.
Ora, a violência alcançou planos absurdos.
Contudo, virá a época de equilíbrio. Todo excesso cansa, enfara e é lançado
fora. Quanto mais se estende um elástico, mais ele volta sob o impacto da
esticada que se lhe deu. E pode atingir a face de quem o puxou com ímpeto. É
conclusão da Física. A Terceira Lei de Newton,
plenamente em vigor.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista
e escritor.
domingo, 10 de dezembro de 2017
Artigo
Presença Luminosa e Libertadora
Paiva Netto
Desde
2004, por iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), comemora-se o 2 de
dezembro como o Dia Internacional da Abolição da Escravatura. O intuito é fazer
com que todos se recordem de que, longe de ser um estigma superado, ainda hoje
é mal que aflige diversas partes do planeta. Ao refletir sobre essa terrível
realidade, trago a vocês, prezados leitores e leitoras, estas palavras
extraídas de meu ensaio literário Jesus,
o Libertador Divino, que publiquei na imprensa na década de 1980:
Existe
um Libertador cuja influência transcende limites ou datas humanas. Sua atuação
é constante. Enquanto houver fome, desemprego, falta de teto, menores sem
escola e carinho, idosos sem amparo e afeto, gente sem quem a conforte, há uma
inadiável emancipação de todas as etnias ainda por fazer.
Consigna a História personagens notáveis, que dignificaram a
existência terrestre (...). Entretanto, ao inexorável passar do tempo, da
lembrança dos povos vai esmaecendo a fama das realizações de muitos deles,
somente restando os seus nomes e a pálida recordação dos seus feitos.
Um desses vultos históricos de todos os tempos e de todas as
nações gloriosamente resiste. Cada vez mais fulgura a Presença Luminosa e
Libertadora. Sua marca indelével firma-se na memória dos homens: “Passará o Céu, passará a Terra, mas as
minhas palavras não passarão” (Evangelho, segundo Lucas, 21:33).
Sua vida — infância, juventude, pregação da Boa Nova,
padecimentos, morte, ressurreição — não encontra paralelo na Terra: “Vós sois de baixo, Eu sou de cima; vós sois
deste mundo, Eu não sou” (Evangelho, segundo João, 8:23).
Depois Dele, a vivência do ser humano nunca mais foi a mesma:
“Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê
em mim, ainda que morra, viverá. Aquele que vive e em mim acredita não padecerá
eternamente” (Evangelho, segundo João, 11:25 e 26).
Sacudiu as almas e convocou para Belém a diligência dos
poderosos. A Seu respeito profetizou Simeão:
“Eis que este Menino está destinado para
a ruína e o erguimento de muitos, e para alvo de contradições” (Evangelho,
segundo Lucas, 2:34).
Desde a infância, manifestou o Seu elevado saber: aos 12 anos
já pregava aos doutores da lei, revelando o Seu Divino conhecimento.
Falava-lhes com avançada sabedoria. Deixava-os atônitos e em demorada reflexão,
tamanha a sublimidade das lições que as Suas réplicas encerravam: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve
a minha palavra e crê Naquele que me enviou, já passou da morte para a Vida
Eterna” (Evangelho, segundo João, 5:24).
(...) Quereis saber o Seu nome? Jesus!, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, ipso facto, sem resquícios de
intolerância, porquanto Ele, para redenção nossa, é Amor elevado à enésima
potência, “a Claridade perene, que, vinda ao mundo, ilumina todo homem”
(Evangelho, segundo João, 1:9).
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
sexta-feira, 8 de dezembro de 2017
Artigo
Aids — o vírus do preconceito agride mais que a doença
Paiva Netto
O organismo humano é a mais extraordinária máquina do mundo.
Mesmo assim, falha. Contudo, com Amor, até os remédios passam a ter melhor
resultado. Por isso mesmo, a
decisão da Assembleia Mundial de Saúde, com o apoio da ONU, de instituir, desde
outubro de 1987, o primeiro de dezembro como o Dia Mundial da Luta contra a
Aids, é de enorme importância. Tanto que, no ano seguinte, nosso país adotou a
data por meio de uma portaria assinada pelo Ministério da Saúde.
Nossos Irmãos que padecem com o vírus HIV e
os que sofrem de outros males físicos, mentais ou espirituais precisam, em
primeiro lugar, de Amor Fraterno, aliado ao socorro médico devido. Se a pessoa
se sentir espiritual e humanamente amparada, criará uma espécie de resistência
interior muito forte, que a auxiliará na recuperação ou na paciência diante da
dor. Costumo afirmar que o vírus do preconceito agride mais que a doença.
Aos que sofrem o abandono a que foram
relegados por antigos correligionários, por amigos de discussão intelectual e
até mesmo pelos seus entes mais queridos, o conforto destas palavras do saudoso
dom Paulo Evaristo Arns (1921-2016),
cardeal-arcebispo emérito de São Paulo, na sua tocante obra Da Esperança à Utopia — Testemunho de uma Vida: “A graça de Deus não esquece ninguém nem se
regula por crachás. Basta lembrar o segundo capítulo do livro Gênesis para
sentir como o sopro de Deus infunde vida ao ser humano e lhe dá como
companheira a Esperança por toda a vida. (...) Afinal, o mundo é de Deus, e
Deus está presente no coração de cada pessoa, por menos que esta O sinta ou O
exprima de viva voz. (...) A utopia é a união de todas as esperanças para a
realização do sonho comum. Se realizarmos este sonho, teremos construído uma
nova realidade”.
Longe do Amor Fraterno, ou Respeito, se assim quiserem
apelidá-lo, o ser humano jamais saberá viver em Sociedade Solidária Altruística
Ecumênica, porque a sua existência ficará resumida a um terrível “cosmos”, o
mesquinho universo do egoísmo. Por esse motivo, escreveu o pensador e sociólogo
francês Augusto Comte (1798-1857): “Viver para os outros é não somente a lei do
dever, mas também da felicidade”. Trata-se de uma lição que ninguém deve
esquecer em circunstância alguma.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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